sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
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Por: Redação do site Inovação Tecnológica
Queima sem combustão
Dentre os combustíveis fósseis, nenhum é tão má-afamado quanto o
carvão.
Apesar de existirem algumas tecnologias que minimizam os efeitos
de sua queima, as preocupações aumentam conforme se prevê que o carvão deverá
superar o petróleo na matriz energética global na próxima década.
Uma solução definitiva para o problema pode ser parar de queimar o
carvão.
Não se trata de nenhuma medida radical, mas de uma nova tecnologia
que acaba de ser apresentada por Dawei Wang e Liang-Shih Fan, da Universidade
do Estado de Ohio, nos Estados Unidos.
A técnica consiste em capturar quimicamente a energia do carvão
sem combustão.
"No sentido mais simples, a combustão é uma reação química
que consome oxigênio e produz calor," explica Fan. "Infelizmente, ela
também produz dióxido de carbono, que é difícil de capturar e faz mal ao meio
ambiente."
"Agora nós descobrimos uma forma de liberar o calor sem
queima. Nós controlamos cuidadosamente a reação química de forma que o carvão
nunca queima, ele é consumido quimicamente, e o dióxido de carbono fica
inteiramente contido dentro do reator," esclarece o pesquisador.
Energia do carvão sem CO2
A tecnologia foi testada em um protótipo de reator em escala de
pesquisa, que funcionou continuamente por cerca de 200 horas.
O carvão gerou o calor esperado, ao mesmo tempo em que 99% do
dióxido de carbono produzido foi capturado.
O CO2 é separado e pode ser reciclado ou sequestrado, enquanto a
energia termal pode ser usada para produzir eletricidade ou para alimentar
caldeiras industriais.
O processo foi batizado do CDCL - Coal-Direct Chemical Looping,
referindo-se a um processo fechado em que o carvão é consumido quimicamente de
forma direta, sem queima.
Transporte de oxigênio
A chave para a tecnologia é o uso de esferas metálicas muito
pequenas para transportar oxigênio para o combustível que inicia a reação
química.
O carvão é moído (frasco da esquerda) e misturado
com as esferas de ferro (frasco da direita), que
são cruciais para a "combustão sem queima" do
processo. [Imagem: Jo McCulty/Ohio State University]
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O carvão é pulverizado em partículas de cerca de 100 micrômetros
de diâmetro, enquanto as esferas de ferro oxidado são maiores, com cerca de 1,5 a 2 milímetros de
diâmetro.
O carvão e o ferro são aquecidos pelo combustível a temperaturas
muito elevadas, quando os dois materiais reagem entre si.
O carbono do carvão liga-se com o oxigênio do óxido de ferro e
cria o dióxido de carbono, que sobe para uma câmara onde é capturado, deixando
para trás o ferro quente e cinzas de carvão.
As cinzas do carvão são descartadas, enquanto as esferas de ferro,
que são bem maiores, são peneiradas e reutilizadas.
Segundo os pesquisadores, o processo está pronto para ser testado em
larga escala.
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