segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

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Descoberta da Petrobras torna região ainda mais vulnerável à cobiça internacional.

A Petrobras anunciou mais uma descoberta de petróleo e gás fora do eixo Rio de Janeiro-Espírito Santo. Dessa vez, a petrolífera confirmou a existência de reservas na Amazônia, região cobiçada internacionalmente não só pelas riquezas ambientais como minerais. O comunicado da estatal traz de volta a polêmica da internacionalização da região que cada vez mais atrai os olhos do mundo inteiro. Com ela, as preocupações com segurança e soberania.
Segundo o engenheiro Fernando Siqueira, presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras  (Aepet), a qualidade do óleo encontrado é excelente. "Outro fato bastante interessante é que a reserva fica a 30 Km de Urucu, outra unidade de produção da companhia, o que vai facilitar muito a produção em termos de logística",  comemorou. Mas ele acrescenta que a descoberta reacende preocupação com a cobiça internacional.

Petróleo torna ainda mais cobiçada a região da Amazônia, rica em biomassa, que vai substituir o óleo no futuro

"A grande cobiça em relação à Amazônia está assentada sobre três coisas: biodiversidade, jazidas de minérios estratégicos e biomassa", avalia. A Amazônia é o local que mais tem terra, água e sol, componentes para gerar biomassa que substituirá o petróleo no futuro. O especialista explica que o mundo tem interesse na substituição do petróleo por outros combustíveis renováveis.
"Como o petróleo está acabando, porque nós estamos no limiar da produção, há potências sem reservas petrolíferas, em situação de insegurança energética dramática. O pré-sal não resolve o problema delas, porque representa até 9% das reservas mundiais. Eles querem ainda o substituto: a biomassa", alerta. De acordo com ele, a cobiça tende a crescer a partir do anúncio desta descoberta.
Outro interesse na internacionalização da Amazônia vem das reservas de nióbio. A região é a maior fonte do planeta deste minério que é um importante componente da indústria espacial. "Coincidentemente, as reservas de nióbio ficam exatamente debaixo das reservas indígenas, que organizações não governamentais querem transformar em nações independentes. Independentes entre aspas. Tanto como as colônias e, certamente, submetidas ao domínio internacional" avalia o presidente da Aepet.

Tome Nota       

3.485m: Dimensão do poço Igarapé, como indicam os primeiros  resultados do teste de longa duração longa duração, de acordo com dados preliminares
2.500: Quantidade de barris de óleo por dia que poderão ser retirados na produção comercial do poço Para a região e localização estratégia é bom resultado
46º: Grau registrado na nova reserva, que é considerada  uma das mais elevadas do País, superando a do pré-sal Para ser considerado leve, o óleo deve ultrapassar 31.1°

Qualidade acima do pré-sal

A Petrobras anunciou que os primeiros dados do Teste de Longa Duração iniciado em setembro no poço Igarapé Chibata confirmam a descoberta de nova acumulação de óleo leve (46° API) e gás natural no Município de Tefé (AM), a 630 km de Manaus e a 32 km da Província Petrolífera de Urucu. A Petrobras detém 100% de participação dos direitos de exploração e produção do poço, que fica na Bacia do Rio Solimões.
Para se ter idéia da qualidade do petróleo encontrado no Amazonas, o Grau API é uma escala hidrométrica do American Petroleum Institute (API). Pela  metodologia utilizada para medir a densidade, o petróleo leve é o de maior qualidade. Para ser considerado leve, essa padronização determina que o grau seja superior a 31,1.
 A elevada pontuação na escala utilizada internacionalmente demonstra que o óleo de Igarapé Chibata é superior ao de Tupi, no pré-sal, que tem 28º API, e ao dos golfos Pérsico e do México, além do Mar do Norte, que registram entre 38 ° e 40 °. O poço tem capacidade de produzir 2.500 barris de óleo diários, o que é considerado excelente nesse tipo de bacia no Brasil — país que hoje concentra sua produção em alto mar.

FONTE: O Dia (RJ)

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