segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
On 08:17 by Prisma No comments
Descoberta da Petrobras torna região ainda mais
vulnerável à cobiça internacional.
A Petrobras anunciou mais uma descoberta de
petróleo e gás fora do eixo Rio de Janeiro-Espírito Santo. Dessa vez, a
petrolífera confirmou a existência de reservas na Amazônia, região cobiçada
internacionalmente não só pelas riquezas ambientais como minerais. O comunicado
da estatal traz de volta a polêmica da internacionalização da região que cada
vez mais atrai os olhos do mundo inteiro. Com ela, as preocupações com
segurança e soberania.
Segundo o engenheiro Fernando Siqueira, presidente
da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), a qualidade do óleo
encontrado é excelente. "Outro fato bastante interessante é que a reserva
fica a 30 Km de Urucu, outra unidade de produção da companhia, o que vai
facilitar muito a produção em termos de logística", comemorou. Mas
ele acrescenta que a descoberta reacende preocupação com a cobiça
internacional.
Petróleo torna ainda mais cobiçada a região da
Amazônia, rica em biomassa, que vai substituir o óleo no futuro
"A grande cobiça em relação à Amazônia está
assentada sobre três coisas: biodiversidade, jazidas de minérios estratégicos e
biomassa", avalia. A Amazônia é o local que mais tem terra, água e sol,
componentes para gerar biomassa que substituirá o petróleo no futuro. O
especialista explica que o mundo tem interesse na substituição do petróleo por
outros combustíveis renováveis.
"Como o petróleo está acabando, porque nós
estamos no limiar da produção, há potências sem reservas petrolíferas, em
situação de insegurança energética dramática. O pré-sal não resolve o problema
delas, porque representa até 9% das reservas mundiais. Eles querem ainda o
substituto: a biomassa", alerta. De acordo com ele, a cobiça tende a
crescer a partir do anúncio desta descoberta.
Outro interesse na internacionalização da Amazônia
vem das reservas de nióbio. A região é a maior fonte do planeta deste minério
que é um importante componente da indústria espacial. "Coincidentemente,
as reservas de nióbio ficam exatamente debaixo das reservas indígenas, que
organizações não governamentais querem transformar em nações independentes.
Independentes entre aspas. Tanto como as colônias e, certamente, submetidas ao
domínio internacional" avalia o presidente da Aepet.
Tome Nota
3.485m: Dimensão do poço Igarapé, como indicam os
primeiros resultados do teste de longa duração longa duração, de acordo com
dados preliminares
2.500: Quantidade de barris de óleo por dia que
poderão ser retirados na produção comercial do poço Para a região e localização
estratégia é bom resultado
46º: Grau registrado na nova reserva, que é
considerada uma das mais elevadas do País, superando a do pré-sal Para
ser considerado leve, o óleo deve ultrapassar 31.1°
Qualidade acima do pré-sal
A Petrobras anunciou que os primeiros dados do
Teste de Longa Duração iniciado em setembro no poço Igarapé Chibata confirmam a
descoberta de nova acumulação de óleo leve (46° API) e gás natural no Município
de Tefé (AM), a 630 km de Manaus e a 32 km da Província Petrolífera de Urucu. A
Petrobras detém 100% de participação dos direitos de exploração e produção do
poço, que fica na Bacia do Rio Solimões.
Para se ter idéia da qualidade do petróleo
encontrado no Amazonas, o Grau API é uma escala hidrométrica do American
Petroleum Institute (API). Pela metodologia utilizada para medir a
densidade, o petróleo leve é o de maior qualidade. Para ser considerado leve,
essa padronização determina que o grau seja superior a 31,1.
A elevada pontuação na escala utilizada
internacionalmente demonstra que o óleo de Igarapé Chibata é superior ao de
Tupi, no pré-sal, que tem 28º API, e ao dos golfos Pérsico e do México, além do
Mar do Norte, que registram entre 38 ° e 40 °. O poço tem capacidade de
produzir 2.500 barris de óleo diários, o que é considerado excelente nesse tipo
de bacia no Brasil — país que hoje concentra sua produção em alto mar.
FONTE: O Dia
(RJ)
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