quinta-feira, 21 de agosto de 2014

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As principais indústrias petrolíferas mundiais, dentre elas a Chevron, Shell, e British Petroleum estão desenvolvendo um Projeto de alcance global para captura do excesso de gás carbônico existente na atmosfera. O Projeto recebeu a designação de Quest CCS Project-Carbon Capture & Storage Project.
As primeiras usinas foram montadas inicialmente nos Estados Unidos, Canadá e Inglaterra, estando em pleno funcionamento. O Projeto propõe a captura e a estocagem do gás carbônico a grandes profundidades como em depósitos geológicos permanentes.
A iniciativa destas empresas é louvável e vem trazer certa esperança a nós terráqueos, porque demonstra claramente o desejo das petrolíferas de virem em socorro ao gravíssimo problema ambiental das variações climáticas e consequente aumento do Aquecimento Global ou Efeito Estufa que vem afetando a vida no Planeta.
Acredito que deva insistir, como faço sempre, que o Aquecimento Global ou Efeito Estufa é a base, a origem de todos os problemas climáticos que afetam o Planeta Terra, incluindo tempestades, enchentes, tufões, furacões, vendavais, excesso e escassez de chuvas, variações bruscas da temperatura ambiente, secas e suas conseqüências.
Providências têm que ser tomadas de forma urgente, porém possivelmente por precipitação as propostas apresentadas pelas empresas citadas acima estão terrivelmente equivocadas. Cerca de quase dois bilhões de dólares já foram literalmente atirados no ralo e, pior, ajudaram a colocar em risco a vida animal.
Vamos à explicação do por que:
Antoine Lavoisier, em meados do século XVIII, já dizia: “Na Natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”. Este enunciado quer dizer que os elementos químicos existentes na Natureza, desde a formação do Planeta, são qualitativa e quantitativamente sempre os mesmos, não havendo alterações em qualidade e muito menos em quantidade com exceção de alguns meteoritos que invadem a atmosfera – mas este fato pouco representa. Os átomos dos elementos são os mesmos de sempre, mudando apenas as posições e ângulos de suas ligações intramoleculares. A teoria de Lavoisier continua comprovadamente atual e nada mudou.
Diante do exposto, a captura do gás carbônico se torna inviável, impossível e criminosa por vários motivos:
a)    Trata-se de um gás e como gás se expande, ocupando grandes volumes. São necessárias 72 atmosferas de pressão para se liquefazer o gás carbônico. A pressão o faria permear pelos poros do subsolo e das rochas e com o tempo retornaria a atmosfera.
b)    Em caso de tremores de terra, fendas ou abalos sísmicos o gás carbônico retornaria em grandes massas, de forma rápida, e provocaria asfixia em vastas regiões por ser mais denso que o ar. Agiria como um “tsunami gasoso” eliminando toda a vida animal que encontrasse pela frente de forma instantânea.
c)    O gás carbônico é gerador, “matéria prima” da geração do oxigênio que, pela ação da luz solar e calor em presença de água, fenômeno conhecido como fotossíntese, dá origem à biomassa. Se o gás carbônico for capturado e estocado, como pretendido, cada molécula de gás carbônico levará consigo dois átomos de oxigênio. Quantitativamente falando, 44 toneladas de gás carbônico arrastariam e neutralizariam 32 toneladas de oxigênio para retirar apenas 12 toneladas de carbono da atmosfera. Muito importante: Esse oxigênio, indispensável à respiração animal, será banido do meio ambiente para sempre, ou seja, deixaria de existir na atmosfera, iria ser isolado nas profundezas da crosta terrestre.
d)    Vamos propor um exemplo prático: Quando colocamos gasolina no carro (octanas ou octanos), cada duas octanas queimadas retiram do ar 50 átomos de oxigênio, formando 16 moléculas de gás carbônico e 18 de água. Estas 16 moléculas de gás carbônico sendo capturadas levarão consigo 16 moléculas de oxigênio que nunca mais seriam recuperadas pelo processo da fotossíntese para a atmosfera. Estariam perdidas para sempre.

Assim, concluímos que este projeto irá ocasionar uma perigosa rarefação e futura extinção do oxigênio da atmosfera. A única saída será a captura e estocagem no subsolo somente do carbono e nunca, em hipótese alguma, o gás carbônico.
O Quest CCS Project-Carbon Capture & Storage Project pretende capturar e estocar no subsolo 1.000.000 (um milhão) de toneladas de gás carbônico por ano, isso significa que a atmosfera perderá aproximadamente 727.000 (setecentos e vinte sete mil) toneladas de oxigênio a cada ano.
Neste ritmo, acredito que a vida animal, na qual nos incluímos, será extinta em 50 (cinqüenta) anos.

*Antonio Germano Gomes Pinto é Engenheiro Químico, Químico Industrial, Bacharel em Química com Atribuições Tecnológicas, Licenciado em Química, Professor, Especialista em Recursos Naturais com ênfase em Geologia, Geoquímico, Especialista em Gestão e Tecnologia Ambiental, Perito Ambiental, Auditor Ambiental e autor de duas patentes registradas no INPI, no Merco Sul, na UE, na World Intellectual Property Organization números WO2000/027503 and WO 1996/015081 e em grande número de países.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

On 20:00 by Prisma   No comments

Empreendedores têm uma característica comum: a sensação de desafio, a faca nos dentes, a certeza de que seu projeto pode ser sempre melhor do que os outros, aqueles contra os quais você empunha suas lanças. Para se armar adequadamente para essa luta, há uma infindável lista, que atravessa os tempos, de livros dirigidos a empreendedores. Devem ser lidos sempre, pois inspiram atitudes e não apenas formatos operacionais. Entre eles escolhi uma lista de 11 que certamente viverão por longo tempo, em você e no mundo. 

1- Quantas vezes você imagina estar enfrentando grandes problemas quando na verdade está apenas lutando contra miragens, fantasias? Esse é o mote central do pai de todos, aquele que é considerado o primeiro romance da história: Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, primeira história publicada sobre a vida de um empreendedor. 

2- Pequenas empresas são quase sempre familiares e um dos maiores motivos de fracasso é o conflito entre irmãos, primos ou amigos. O momento mais desafiador é a sucessão, quando uma nova geração entra em cena. Ninguém jamais descreveu essas situações como William Shakespeare no seu admirável Rei Lear. Shakespeare tem também manuais completos sobre a avareza, a maldição da riqueza e sobre a grande e eterna dúvida: ser ou não ser empreendedor, tema tratado em Hamlet. 

3- A maior parte das pequenas empresas não chega ao seu quinto ano de vida. Mesmo com essa informação, milhares de brasileiros, todos os anos, se lançam ao mar, como se ali estivesse um adversário por abater: a nossa própria limitação. Moby Dick, de Herman Melville, narra a saga magistral de um homem contra uma natureza maior do que ele, quem sabe a imagem da força que ele mesmo gostaria de ter. 

4- Há momentos na vida em que você se sente maior do que todos, mais alto, mais forte. Em outros momentos, você se supõe um homúnculo, um ser desprezível, impossibilitado de qualquer ação de sucesso. As Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift, fala sobre a sensação de grandeza e a humilhação das derrotas, lição indispensável para qualquer empreendedor. Atenção: Gulliver, o livro, não é para crianças, é para adultos amadurecidos. 

5- Imagine um manual para corajosos empreendedores com capítulos que têm títulos como “A fatalidade da grandeza”, “Os sofrimentos do gênio e seu valor”, “O prazer do impossível” e “ O caráter forte é bom”. Falo de Humano, Demasiadamente Humano, de Friedrich Nietzsche, que nos lembra que toda esperança é uma arrogância, e assim deve ser entendida. Steve Jobs sabia disso, Mark Zuckenberg também sabe. 

6- Se você acha que toda sua vida se deve ao planejamento e à disciplina, não pode deixar de conhecer o pensamento de Leonard Mlodinow, que escreveu O Andar do Bêbado, livro que o físico Stephen Hawking considera maravilhoso e o New York Times chamou de “notável”. Um livro deliciosamente interessante e intrigante. Vida é acaso, circunstâncias, reinado do inusitado, do inesperado. 

7- Segundos inventores têm importância? E segundos empreendedores, têm ou não sucesso? Fazer o que outros já fizeram é uma opção? Como fazer de maneira melhorada o que já está feito? Rivalidades Produtivas, de Michael White, fala sobre disputas e brigas que impulsionaram a ciência e a tecnologia. Charles Darwin contra Richard Owen, Bill Gates contra Larry Ellison, Thomas Edison versus Nikola Tesla – batalhas históricas mais importantes do que guerras e conquistas sangrentas. 

8- Religação dos Saberes, compilação de textos de um seminário coordenado por Edgar Morin, deve ser colocado sobre sua mesa de trabalho, e a cada hora você deve abrir aleatoriamente o livro, como os sábios, para se inspirar. Não é à toa que o subtítulo é “O desafio do século XXI”. 

9- História Universal dos Algarismos, de Georges Ifrah, é um dos mais impressionantes relatos de empreitadas humanas, especialmente dos empreendedores que baseiam suas vidas em números, cálculos e decisões matemáticas, como o deve e o haver. Nenhum empresário pode conquistar o mundo sem conhecer a história da inteligência dos homens contada pelos números e pelo cálculo. 

10- O décimo e o décimo primeiro vão numa só tacada: A Origem do Gênio, de Dean Simonton, e Sagarana, o Duelo, de Guimarães Rosa. Leia os dois ao mesmo tempo, um capítulo de cada vez. No final, você terá compreendido de onde e como se formam os gênios, aqueles que dão um passo a mais sem dificuldades, sem medos e com firmeza. 


* Jack London é fundador da Booknet, primeiro negócio virtual que ganhou fama no Brasil, e da Tix, empresa de comercialização de ingressos online. Atualmente é professor, consultor e empreendedor. 


quinta-feira, 7 de agosto de 2014

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Você acaba de se formar em uma das melhores faculdades de Administração do país, teve um desempenho exemplar ao longo destes quatro anos, sempre foi elogiado pelos professores e colegas e aproveitou várias oportunidades de inserção no meio profissional, seja como estágio ou em atividades extracurriculares. Seu sonho sempre foi montar seu próprio negócio e você sabia que o curso de Administração traria a melhor formação para geri-lo. Ao longo de todo o curso, foi desenvolvendo sua ideia e tem agora seu plano de negócio estruturado e completo. Você se sente plenamente capacitado para empreender, não é? Lamento informar que seu curso deixou de ensinar muita coisa importante para a carreira empreendedora, que eu pretendo resumir neste artigo. 

1) Esteja preparado para trabalhar muito e ganhar pouco. Pelo menos durante a fase inicial de estabelecimento do seu negócio. Ganhar muito dinheiro como empreendedor é de fato uma possibilidade, mas é uma expectativa a ser concretizada apenas no futuro e, mesmo assim, só para quem consegue demonstrar um bom modelo de negócio. Muitos jovens empreendedores se entusiasmam tanto com as histórias de empreendedores bem-sucedidos que aprenderam nas escolas que acabam ignorando o fato de que a maioria sofreu muito no começo e roeu muito osso antes de se regozijar com o filé-mignon. Mesmo que consiga recursos de terceiros, o investidor não vai concordar com os altos salários e as mordomias que o empreendedor deseja. 

2) As teorias da Administração não se aplicam às pequenas empresas nascentes. Balanced Scorecard, Economic Value Added, Avaliação 360, 5 forças de Porter, custeio ABC, GAAP e outras várias técnicas e teorias aprendidas na faculdade só valem para grandes organizações que são mais estruturadas, têm sistemas de informações mais eficientes, processos mais organizados e funções especializadas. A pequena empresa apresenta uma realidade muito diferente, uma visão generalizada de todas as funções de uma grande empresa, porém em escalas bem mais simplificadas. Aplicar muitas dessas técnicas na pequena empresa é como atingir uma mosca com uma bala de canhão. 

3) Capital de risco não é mito, mas é uma verdade para poucos. Muitos jovens saem das universidades com grandes ideias – na visão deles – com a certeza de que vão atrair um investidor de risco que acredite em seu projeto. A verdade é que isso provavelmente não vai acontecer. Em primeiro lugar, poucos investidores acreditam em jovens se não estiverem acompanhados de sócios ou conselheiros experientes. Segundo, aquela ideia que parece tão boa na verdade não apresenta viabilidade mercadológica, operacional ou financeira. Por último, o capital de risco no Brasil prefere negócios já andando, com um modelo provado e um mercado estabelecido, e não se interessam por negócios que ainda estão no papel. 

4) Planejamento é uma falácia para empresas nascentes. Planejar pressupõe a antecipação de ações com base na análise de informações existentes. Empresas nascem em contextos de alta incerteza. No início do empreendimento, ter jogo de cintura para adequar o negócio às circunstâncias emergentes é mais importante que um bom planejamento. A incerteza vai reduzindo na medida em que o negócio avança. O tempo gasto em planejamento é inversamente proporcional à falta de informações e diretamente proporcional ao risco assumido. Esperar ter todas as informações na mão para reduzir as incertezas e agir apenas quando houver pleno controle equivale a dispensar grande esforço para perder boas oportunidades. 



5) Parcerias e alianças substituem a falta de recursos. No começo do empreendimento não se pode contar com todo o capital, as pessoas, o espaço, a infraestrutura e o tempo que o empreendedor sonha. Para o empreendedor, começar agora com o que tem é melhor do que deixar para começar o negócio apenas quando tiver tudo de que precisa. Para compensar essas restrições, o empreendedor precisa ter jogo de cintura, capacidade de negociação e olho para oportunidades. É nos relacionamentos que o empreendedor conhece pessoas e identifica visões e objetivos comuns. Logo o empreendedor descobre o poder das alianças e da cooperação para que todos cresçam. 

6) Não existem respostas certas. O pressuposto do ensino universitário é que para cada problema existe uma solução. Isso é facilmente comprovado quando vemos os avanços nos estudos acadêmicos sobre Administração de Empresas e constatamos que os principais problemas das organizações são comuns entre as empresas. Isso acontece porque, na grande empresa, existem mais operações internas do que externas e, embora negócios sejam construídos com as redes externas, a Administração estuda primordialmente o que acontece dentro da empresa. Na pequena empresa essa relação é invertida, as relações com o meio externo são superiores às internas. A fragilidade imposta por sua imaturidade e seu tamanho exige que a pequena empresa tenha de se adequar constantemente às regras impostas pelo mercado. A variedade de influências externas é tanta que não dá para padronizar uma resposta única, certa. No universo das pequenas empresas existem muitas respostas certas para o mesmo contexto. 



7) Atingir a ‘média’ não é suficiente. No ambiente universitário, saber 70% da matéria dada é suficiente para ser aprovado – em algumas escolas, é surpreendentemente aceitável que o aluno conheça apenas a metade do que é ensinado. Com o empreendedor isso não ocorre. A média só coloca o empreendedor dentro do jogo. Para sobreviver no longo prazo ou ter um negócio competitivo, a média não é o bastante. O empreendedor precisa se superar todos os dias, enfrenta novos desafios constantemente e seus resultados devem refletir nada menos que a excelência. 




8) Os amigos não são necessariamente os melhores. Contratar pessoas é uma das grandes dificuldades dos empreendedores. Uma grande empresa tem credenciais para atrair os melhores talentos. Nem sempre se acerta na primeira, mas não é difícil acertar com um bom talento em algum momento. No ambiente universitário, como a média é suficiente, trabalhar com amigos é mais fácil, mais confortável e bastante aceitável. Para o empreendedor, nada disso funciona. O ambiente da pequena empresa exige versatilidade dos funcionários, assim como muito dinamismo e pró-atividade. O empreendedor não pode ter apenas mão de obra, mas também não pode pagar muito. Ser amigo não é suficiente, pelo contrário, corre-se o risco de confundir as relações pessoais com as profissionais. Da mesma forma, é possível até conseguir atrair um grande talento, mas com dificuldades de relacionamento. Aprender a lidar com eles, recompensá-los e retê-los representa um grande desafio para o empreendedor. Lideres empreendedores são forjados pelas circunstâncias e não formados nos bancos escolares. 


Além desses pontos, aprender com o erro, sofrer com a solidão nas decisões estratégicas, admitir que um diploma de uma grande escola não vale nada, descobrir que decorar, memorizar e seguir orientações têm pouca utilidade e que as responsabilidades assumidas são mais pesadas que o imaginado são outras coisas que o empreendedor só descobre na prática. O Brasil está se tornando o país dos empreendedores, mas nossas escolas ainda não encontraram o caminho para acompanhar essa tendência.
* Marcos Hashimoto é professor de empreendedorismo da ESPM, consultor e palestrante (www.marcoshashimoto.com)
 Originalmente postado em:  http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI310622-17141,00-O+QUE+EMPREENDEDORES+NAO+APRENDEM+NA+FACULDADE.html
Imagem retirada de: www.logovia.com.br